sábado, 24 de dezembro de 2011

"Zulmira"

A vi pela primeira vez dançando, completamente alheia a tudo o que se passava ao seu redor. Com um copo de cerveja nas mãos, amigos em volta, os olhos maquiados com um traço negro bem marcado. À meia luz pude sentir que, por instantes, seu olhar cruzou o meu. Apenas por instantes.
Senti o corpo congelar e descongelar num estalar de dedos.
Zulmira é misteriosa. E real. Daquele tipo difícil de decifrar. Atenciosa, sorridente e blasé. Tudo ao mesmo tempo. E não consigo saber o que se passa. E não consigo entender seu olhar. Tampouco ler seus sinais - e se são realmente sinais.
(...)

domingo, 6 de novembro de 2011


Seus dedos iam deslizando pela parede áspera e seus olhos seguiam procurando no chão um lugar seguro para seus pés pisarem. Enquanto passava seu cheiro ia perfumando o caminho e invadindo todos os cômodos da casa. Ela estava insegura, mas não queria voltar atrás.
Se aproximava da porta e o corredor ficava cada vez maior atrás dela. Tocou levemente a maçaneta e, por um segundo, quis sair correndo. Pensou em desistir, mas algo mais forte a forçava ficar. Segurou a maçaneta, agora mais forte e empurrou a porta, revelando do outro lado um quarto iluminado por velas e um corpo moreno, envolto a lençóis brancos a sua espera.
Sentiu seu corpo congelar e ficou ali, parada, em pé na porta. Não conseguia mais dar um passo sequer, não tinha coragem, não fazia sentido, não sabia o que fazer, como agir. A morena levantou-se e foi lentamente caminhando em sua direção, sorrindo. Estendeu-lhe a mão e a conduziu para dentro. Envolveu-lhe num abraço, passou a mão por suas costas e tirou-lhe a blusa, dizendo que assim ela se sentiria mais confortável.
Deixou-se levar pela morena, totalmente passiva a todas aquelas carícias, a todos os toques. Sentiu seu corpo se arrepiar nas experientes mãos da morena, que lhe arrancava suspiros e gemidos a cada movimento.
Se enroscou nos braços daquela que pela primeira vez a fez se sentir completa e, com um largo sorriso de satisfação adormeceu.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Chão

É como cair num buraco negro. Um gosto amargo insiste em permanecer no fundo da boca. A garganta seca, os olhos cinzas, os ombros caídos. A pele opaca. Suspiros...fundos. E desta vez não são suspiros de prazer ou alegria. É daquele tipo de suspiro em busca de ar, em busca de respostas, em busca de você. Onde quer que você esteja agora. É tentando encontrar um lugar para se segurar, tentando firmar as pernas para que o rosto não encontre a face do chão - e é não ter chão para pisar. É caminhar no vazio, tateando o escuro. 
É sentir o corpo cair. É  andar e perceber tudo ao redor perdendo cor, ficando opaco, sem graça. É perder os sentidos. É funcionar no automático e deixar que as horas corram ou se arrastem, sei lá - sem perceber. É ao mesmo tempo vigiar o tempo para que ele passe. É tentar não pensar e, ao tentar, pensar ainda mais. É insônia, angústia, vazio. 
É  s.o.l.i.d.ã.o.
É sentir seu perfume agora queimar as narinas, porque o aroma faz doer a alma, o corpo,  o coração. As lembranças doem. 
É sentir arder o peito, a pele, o corpo. É ter a certeza de que você pode muito mais e  não ter alcance. 
É assim cada dia sem você.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

aos 28

Aos 28 anos eu aprendi muita coisa da vida, das pessoas, do amor. Eu aprendi que você só deve dizer a alguém que a ama, quando realmente sentir amor por ela. Aprendi que não devemos "tocar numa vida se não pretendemos romper um coração". Aprendi a perdoar, a pedir desculpas, a correr atrás daquilo que quero e das pessoas que quero. Embora quando o assunto são pessoas eu ainda sou um fracasso. Aprendi a cair. Mas aprendi a levantar. Aprendi que os amigos devem ser poucos, mas são aqueles que sempre terão uma mão estendida, um ombro e um abraço sincero e acolhedor. Aprendi que amar deve ser algo sublime. Mas que às vezes pode machucar. Aprendi com a dor, que não devemos brincar com o amor. Nem com o seu, nem com o de ninguém. Aprendi que na vida tudo é passageiro. Inclusive o sofrimento. E com isso aprendi a me entregar verdadeiramente à tudo o que sempre julguei valer a pena, afinal, um dia vai passar. Aprendi que as coisas são "eternas enquanto duram". Mas muitas delas eu simplesmente não queria que acabassem. 
Aprendi a dar valor às pequenas coisas. 
Aprendi aos 28, que não adianta você querer viver como se tivesse 18. O tempo passa, você amadurece e as coisas deixam de ser como eram quando você realmente tinha 18. Aprendi o quanto as pessoas de 18 conseguem ser frias. Assim como as de 28. Aprendi que por mais que você tente, certas coisas não mudam. Aprendi que "quando um não quer, dois não brigam". 
Aprendi diversas outras coisas e poderia passar mais 28 anos listando tudo. Só não consegui aprender ainda a não amar, a não tratar como prioridade, alguém que só me tratou como opção.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pra você

Paramos o carro num canto qualquer onde pudéssemos fazer uma das coisas que eu mais gostava - passar um tempo admirando seus traços, me perdendo na profundeza de seus olhos castanhos. Por vezes acariciar seus cabelos e deixar que a ponta dos meus dedos reconhecesse cada detalhe de seu rosto. Sentir meu corpo se aquecer a cada sorriso, a cada sinal de que aquele momento também era especial pra ela. 
Desejei parar o tempo ali, naquele instante. Para não deixar o brilho dos olhos dela se perderem por aí. E para que eu pudesse tê-los....sempre. 
Entreguei a ela pequenos pedaços de papéis coloridos, onde, timidamente, representei em desenhos o amor que sinto por ela. Entreguei a ela o meu coração. E em troca recebi um sorriso, daqueles que pedem um carinho, um cuidado. 
E prometi a ela cuidar bem de seu amor, com todo amor que há em mim. 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

encantamento

de janeiro a janeiro

Bastou uma simples troca de olhares para ter certeza de que ela seria alguém muito especial em sua vida. Naquele dia foi embora com vontade de saber quem era aquela moça de beleza exótica que estava sentada na mesa ao lado no bar. Mas do mesmo jeito que chegou, partiu antes mesmo que  pudesse fazer algo, quando se deu conta, num momento de distração, a mesa já estava vazia. Ela era diferente, não haveria como saber se alguém ali a conhecia. Foi embora deixando-a completamente encantada.
O destino então resolveu dar uma forcinha e a colocou novamente em seu caminho e, desta vez,  reconheceram-se, apresentaram-se, trocaram contato e não tardou para quererem  se ver novamente. 
Bastou alguns dias para que retomassem o contato e marcassem uma saída. Timidamente seus olhares se cruzaram, seus lábios se tocaram pela primeira vez, suas mãos curiosas conheciam o corpo uma da outra. O perfume dela a inebriava, a fazia perder os sentidos e desejar conhece-la mais profundamente. 
Ela era linda, e a cada dia sentia-se mais envolvida. Seus olhos brilhantes, cheios de planos e sonhos, seus lábios rosados, seu sorriso perfeito, seu corpo jovem, sua pele firme - tudo nela tornara-se perfeito. 
Não havia como não se apaixonar e, há um mês ela tem tornado sua vida muito mais colorida, muito mais leve e muito mais saborosa de se viver!








sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sentidos



E de repente ela estava ali. Em pé. Parada, com a mão esticada esperando por um cumprimento. Olhava fixamente dentro de seus olhos, com aquele jeito de "quero você". Cumprimentaram-se, trocaram olhares, sorrisos, meias palavras e afastaram-se esperando para ver quem tomaria iniciativa primeiro. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

sete anos

Better - Brooke Fraser


Imagine uma caixa repleta de brinquedos de todas as formas, tamanhos, cores. Ela com certeza tem um dono. Uma criança que todos os dias esvazia a tal caixa e espalha seus brinquedos pela casa afora, e brinca com eles até a exaustão. Depois eles ficam por ali, jogados, até que a mãe os recolha e os coloque novamente guardados na velha caixa. 
Esta talvez não seja a metáfora perfeita para o que quero dizer, mas é bem parecida com o que sinto. Meu coração se parece com a caixa de brinquedos do garotinho. Recheada do mais puro e verdadeiro amor que tem que ficar guardado, pois a mulher a quem esse sentimento pertence não pode recebe-lo. 
É um sentimento que germinou há alguns anos e que já está até um pouco gasto de tanto ser colocado e retirado da caixa. Pois é. Estou me referindo ao amor que sinto por você. Aquele amor que surgiu quando nos vimos pela primeira vez no meio da rua, quando cruzamos nossos olhares, quando trocamos nosso primeiro beijo. O mesmo amor com que olho pra você sempre que nos encontramos, que faz com que eu perca completamente o sentido, as palavras, o jogo. É um sentimento que faz meu corpo se arrepiar, meu coração acelerar quando estou perto de você, que me faz parecer uma criança boba, com um sorriso incontrolável no rosto. 
Estou exausta de juntar os pedaços deste sentimento e aprisioná-lo numa caixa. De guarda-lo no fundo do coração, num lugar bem escuro, bem embaixo de outras caixas, de modo que ele não me machuque mais. Porém, vez ou outra, como a esperança de Pandora, meu amor por você volta a pulsar forte no peito e foge de toda e qualquer tentativa de aprisionamento. 
Hoje meu coração está uma bagunça. Sonhar com você fez com que meu amor se espalhasse novamente dentro de mim e, por mais que eu tente, está cada vez mais difícil guarda-lo. O jeito como você perguntou pelos "detalhes" do sonho fez meu coração desejar te-la  em meus braços, de querer acordar ao seu lado, de ser sua namorada de verdade. De gritar, de correr pra você, de te sacudir e de te perguntar por que afinal você resiste tanto? Por que? Se toda vez que nos encontramos, vejo em seus olhos, sinto em seus beijos que você também gosta de mim. Então por que não aceita meu amor?
Sei de mil e um motivos, a distância, suas prioridades, sua "incapacidade" de corresponder-me e todas as infinitas razões se apagam quando olha pra mim. 
Eu amo você e tenho a certeza de que você foi feita pra mim. Só falta você aceitar isso.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Leveza

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Uma dorzinha de cabeça irritante a incomodava já há algumas horas. Relutante, não queria tomar remédio algum, por não achar necessário. Mas a dor insistente, não lhe dava trégua. Derrotada, decidiu engolir logo dois ou três comprimidos na tentativa de mostrar para a dor quem é que mandava ali. Não tardou, seu corpo começou a amolecer e ela sentiu uma vontade imensa de deitar. Repousou seu corpo magro na poltrona macia que ficava no cantinho da sala e adormeceu em poucos minutos. 
Ela agora caminhava numa avenida larga e iluminada. Os carros passavam por ela, apressados. Seu corpo estava leve, seu coração livre e ela sentia uma felicidade que de tão grande, não cabia em si. Acreditava até ser capaz de levitar. Estava num sonho e, ao se dar conta, tratou de realizar coisas que jamais conseguiria acordada. 
Voou, atravessou paredes, visitou lugares inimagináveis. Transformou objetos, criou outros tantos, viu savanas e canyons. Correu, pulou, deu piruetas. Saboreou doces que só nos sonhos existiam.
E, quando cansada de toda aquela magia, percebeu-se sozinha em seu imaginário, sentiu seu coração murchar. Ela se deu conta de que queria compartilhar tudo aquilo com alguém. Aquela que na realidade ela amava em silêncio, de longe. Aquela por quem alimentava um sentimento tão puro que era capaz de guarda-lo para si, para deixa-la livre. 
Mas em seu sonho era diferente. Ela podia tudo. Correu então para sua casa, atravessou as paredes até seu quarto. Relutou um pouco para entrar, pensando se deveria mesmo. Abriu a porta, caminhou até a cama disposta no centro do quarto onde ela dormia. Sua pele morena e seus cabelos negros reluziam com a luz da lua cheia que entrava pela janela. Sentou-se à beira da cama, acariciou sua face, beijou suavemente seus lábios e...acordou de sobressalto, sentindo ainda o perfume de sua amada. 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coração bobo

olhares.com


Sabe quando você simplesmente se deixa levar? O universo inteiro grita "Não vá", mas seu coração, solitário clama "se permita". E você então concorda em arriscar, afinal, o maior interessado, aquele que, no caso de tudo dar errado, é quem vai segurar a barra - seu coração pediu. Então você vai. 
Você segura as mãos dela, pende seu corpo para frente, a olha nos olhos. Beija sua boca e sente o coração crescer, acelerar, queimar dentro do peito. Deseja que o tempo congele aqueles instantes e percorre seu rosto e corpo lentamente para que as retinas tenham tempo de eternizar sua imagem, como numa fotografia. 
Sente a textura de seus cabelos, de sua pele, se inebria com seu cheiro, gosto, toque. Seus corpos parecem feito sob medida, um para o outro. Ela a envolve num abraço malwee, que faz você não querer sair dali nunca mais. E nesse instante seu coração deseja tê-la mais intimamente, mais profundamente e por mais tempo. Algumas horas tornam-se insuficientes para suprir tanto desejo. 
Você compartilha com ela momentos que ninguém jamais compartilhou. Os gestos ganham significados e, de repente, você se vê ali, completamente entregue àquela mulher. 
Então quando você finalmente encontra um aconchego, a razão fala alto aos sete ventos que não pode  mais e deixa seu tolo coração com o peso e o gosto amargo de mais uma desilusão.

sábado, 28 de maio de 2011

arrepio

Sua mão estendida em minha direção me convidava a embarcar numa viagem que, mal podia imaginar, seria sem volta. Me puxou contra seu corpo e me proporcionou sensações nunca antes vivenciadas. 
Um turbilhão de emoções se misturavam aos gemidos, aos sussurros, aos toques. A pele agora arrepia a cada encontro, pedindo por um pouco mais de intimidade. Naturalmente.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A menina certa - continuação

Laís continuava vivendo sua vida. Achando que o mundo girava em torno da órbita de seu umbigo, enquanto Ela continuava ali. Estática. Imóvel. Inerte. Sofrendo por Laís. Sentindo na boca o gosto amargo de uma paixão completamente platônica. Tinha medo de falar, de dar sinais e perder a amizade, a aproximação que tinha com a amiga. Não aguentava mais ver Laís se envolvendo com tantas mulheres.
Passava de meia noite quando a campainha tocou. Era Laís. Abriu a porta assustada, sem entender o porque da amiga chegar a sua casa naquela hora.

Laís?
Ei, me deixe entrar?
Claro. Mas o que foi?
Precisava te ver.
Ai Laís, você está estranha. O que houve? O que fizeram a você?
Eu...Laís tentou falar, quando foi interrompida pela amiga.
Não acredito, você se deixou levar mais uma vezes por essas mulheres que não querem nada. Quem foi dessa vez? Será que você não vê que tem que parar com isso? Quando é que você vai entender que é uma mulher linda, inteligente, engraçada, uma mulher que todo mundo gostaria de ter ao lado? Será que você não enxerga? Será que...
Laís levantou-se subitamente e beijou a amiga. Deu-lhe um daqueles beijos carregados de significado e de sentimentos. Afastou seus lábios dos de sua amiga, olhou-a nos olhos com um brilho que a amiga nunca havia visto.
Eu sei. Eu entendo. E mais do nunca, agora eu enxergo.
E beijou-a novamente.

sábado, 19 de março de 2011

A menina certa

olhares.com

Laís vivia procurando em si alguma coisa que explicasse o motivo pelo qual não conseguia se relacionar com ninguém. Seria seu humor ácido, sua maneira direta de falar as coisas? Ou seu corpo? Seria aquela pinta? Seria seu cabelo ou seu nariz?  Ela simplesmente não entendia. Não havia nada de errado, segundo seus amigos. Ela era linda.
Qualquer mulher se apaixonaria por você, deixa de ser boba - dizia sua melhor amiga. Aquela que estava sempre por perto e que carregava nos olhos uma admiração quase que sagrada pela amiga. 
Mas por mais que Laís tentasse, se entregasse, se envolvesse, sempre acabava machucada, ferida, despedaçada, chorando nos ombros de sua amiga.
Cansei, não quero mais! Não vou me envolver com mais ninguém! choramingava, após mais uma decepção.  

[continua ]

segunda-feira, 14 de março de 2011

quando chega a hora


A gente sabe. Quando não há mais jeito, a gente simplesmente sabe. Fiquei ali por horas, sentindo uma tristeza no peito, uma angústia por ver aquele amor se esvair. Elas já não se entendem mais como antes. As palavras doces deram lugar à impaciência e as caretas. A xingos esbravejados.
A gente sente, mas por uma infinidade de "razões" (nada racionais às vezes), empurramos com a barriga, fingimos não ver os sinais que estão ali, estapeando nossas faces o tempo todo. 
Era como se fosse eu, como se estivesse revivendo cenas de um passado que teima em se manter vivo em minha memória, enquanto me esforço para esquece-lo. Era como se eu pudesse sentir toda a dor que elas sentiam toda vez que brigavam uma com a outra. Era eu tentando não dizer coisas e me sentindo uma idiota por não conseguir controlar as palavras, por não saber como voltar atrás, por não saber como não ferir.
Ve-las perdidas é como me perder também. E não poder fazer absolutamente nada.
Eu sei, elas sabem. Quando chega a hora a gente sempre sabe.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

cegueira

Minhas mãos seguem ávidas à procura de um apoio, um lugar onde possam encontrar um meio de me guiar na escuridão. O caminho que parecia claro e fácil de trilhar, parece-me agora algo tão obscuro. Mas os sinais estão ali, eles sempre estão. Eu os percebo, mas algo me faz não querer enxergá-los.
Mais uma vez a razão luta contra o coração. E desta vez prometi a mim mesma dar mais atenção a razão. É como uma simples equação matématica. 1+1 tem sempre que dar dois. E quando isso não acontece há algo errado.
Eu tenho a paz, mas ela precisa de guerra. 
Eu tenho a calma, mas ela procura a tormenta.
Eu tenho um coração, mas ela quer apenas corpos, sem nomes, sem identidades, sem vínculos, sem romance, sem rostos, sem rótulos.
Apenas corpos.
E eu...eu me apaixonei. E estraguei tudo!



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

tô em liquidação...



...meu coração tá de brinde.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

gramática

Vamos mudar o tom. Em bom português, juntar nossas sílabas e formar um encontro consonantal. Sem me importar com as regras, novas ou velhas, você e eu, juntas, seremos hiato. Dois corpos que não há Aurélio que separe. Escrever sem parágrafos nas linhas de seu corpo todo meu sentimento. Pontuar minhas rimas e meus desejos. Sem métrica, seremos poesia concreta.
Eu, sujeito do verbo amar, você.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

minha menina

Fui eu quem conseguiu invadir o seu sossego, tirar seu sono. Fui eu, mulher, a responsável por devolver o brilho aos seus olhos esmeralda. Eu que lhe arranco meios sorrisos e transponho lentamente sua muralha. Confie em mim. Nos meus braços você pode deixar de ser esteio, mulher fortaleza, para ser a menina que seu rosto denuncia, minha menina.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sua

Fuckin Perfect - Pink


"...Pretty pretty please don't you ever ever feel

Like you're less than fucking perfect

Pretty pretty please if you ever ever feel

Like you're nothing you're fucking perfect, to me..."


Vem, deixe-me despi-la do passado e toca-la com mãos firmes de quem sabe o que quer. Olhar com olhos de um futuro bom e ama-la como nenhuma outra jamais conseguiu. Deixe que com o toque de meus dedos em seu rosto, o semblante de tristeza dê lugar à felicidade. Já estou à caminho, deixe-me entrar.  Permita-me conhecer seu íntimo, seu cheiro, seu gosto, suas manias; desvendar sua alma, conhecer você. Ser calmaria, paz. Quero ser somente sua e de ninguém mais. 





 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Elas II


(...) Queria se aproximar, mas não sabia muito bem como agir. Bastou olhar para ela para perceber que o caminho estava livre, notou em seu rosto aquele sorrisinho de lado, gostoso, como só ela saber sorrir.
Aproximou-se por trás, enroscou os dedos em seus cabelos, encostou seu corpo ao dela e disse em seu ouvido as únicas palavras que sua boca conseguiria pronunciar: Vontade de desvendar tuas malícias.
Sentiu em seus póros o arrepio de quem já estava completamente entregue e, finalmente teve em seus braços a mulher de seus sonhos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

elas



Fechou os olhos tentando criar na mente alguma cena em que estivesse com você. No ouvido, os fones vibravam ao som de uma música alemã que ela não entendia uma palavra sequer, porém a melodia fazia seu pensamento flanar.
Desejava te-la cada dia mais, mas não sabia bem como agir, afinal, nunca fora muito boa com flertes. Naquela noite em que se encontraram não conseguia tirar os olhos de cima de você, achava graça das piadas que contava e ficava imaginando como seria seu beijo. Seu sorriso encantador e seus olhos brilhantes a deixavam inebriada. Ela sabia que era diferente demais de você e, por isso, acreditava que jamais conseguiria chamar sua atenção.

(...)



domingo, 30 de janeiro de 2011

sincero

Há quanto tempo você está aí?
Há algum tempo...estava esperando por você.
Que bom. Estou aqui agora.
Mas talvez não seja a hora certa. Talvez eu devesse esperar mais.
Eu não quero mais esperar.
Assim eu nunca poderei ser sua, plenamente.
Por que?
Porque seu coração não foi feito para pertencer a apenas uma pessoa. Ele é do mundo e não pode ser preso a alguém. E eu estou apaixonada por você. Não saberia dividir o seu amor assim.
Mas...
Continuarei aqui, esperando. Quem sabe um dia?